terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Tocando Em Frente

Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Auto-percepção versus Desenvolvimento

Nota do editor: O texto abaixo, de autoria de Elias Penteado Leopoldo Guerra, foi publicado no jornal O Estado de São Paulo há cerca de 25 anos. O fundamental é que as idéias do texto permanecem válidas e devem ser amplamente divulgadas.
A necessidade de planejar o futuro próximo se impõe a cada dia com maior intensidade. Indiscutivelmente, as dimensões, a velocidade e a natureza das mudanças que estão ocorrendo são de tal amplitude, que condicionam até mesmo a própria sobrevivência à capacidade de adaptação à nova realidade.

Nas organizações, no que se refere aos recursos humanos – que são os principais agentes das mudanças – tem havido muita preocupação em conhecê-los melhor, em identificar os seus talentos, o seu potencial e habilidades. O sucesso da adaptação à mudança dependerá deles. Muito se tem discutido, tentado e feito sobre a avaliação de pessoas e, em especial, de seu desempenho e potencial. As maneiras como se tem procedido variam enormemente, desde as formas mais empíricas, subjetivas e informais (que são a grande maioria), até instrumentos muito bem elaborados, que procuram reduzir o fator de subjetividade, sistematizando as informações para que possam ser mais objetivamente analisadas e correlacionadas, permitindo uma visão mais global da pessoa.

Inúmeras pesquisas têm sido conduzidas sobre este assunto. As mais variadas técnicas são utilizadas, tentando associar o sucesso na performance no trabalho com características da pessoa humana. O exame dos resultados dessas pesquisas sugere que 70% dos atributos vinculados ao sucesso no trabalho são dimensões ou aspectos da personalidade, sobrepondo-se àqueles relacionados com habilidades, experiência ou conhecimentos.

Estas conclusões, no campo da psicologia ocupacional, têm estimulado estudos para o desenvolvimento de instrumentos que auxiliem e facilitem a identificação desses traços da personalidade, e assim permitam um prognóstico da eficácia no trabalho, possibilitando, desta forma, que surjam medidas que possam ser tomadas para promover o desenvolvimento das pessoas, para que, ao final, os objetivos e as metas organizacionais possam ser mais adequadamente alcançadas.

É impossível dissociar o desenvolvimento organizacional do desenvolvimento das pessoas que compõem a organização. Da mesma forma não se pode cogitar sobre o desenvolvimento de pessoas sem ter presente a AUTO-PERCEPÇÃO, sem a qual o mesmo não poderá existir. Inúmeros instrumentos e recursos têm sido elaborados e utilizados para o desenvolvimento de pessoas, sem que essa imprescindível premissa tenha sido levada em consideração. Assim não somente pelo instrumento em si mas pelo seu uso adequado e, principalmente pela devolução ou “feedback”, é que a pessoa avaliada poderá perceber-se e procurar ajustar-se às demandas da realidade, sem o que seria impossível o desenvolvimento.

Sob o aspecto ético–profissional, questiona-se, com muita veemência, a legitimidade de se invadir a privacidade da personalidade das pessoas, utilizando-se os resultados da análise no interesse da organização. Certamente é inconcebível que se proceda a investigação da personalidade, por qualquer meio, de uma pessoa, sem que ela seja esclarecida do que se trata e que tenha dado o seu consentimento. Além disto, é fundamental que a pessoa seja informada, de maneira compatível com sua capacidade de entendimento e com a sua situação pessoal, sobre os resultados da avaliação, para que possa utilizá-los em benefício do seu desenvolvimento.

A identificação de traços da personalidade, comumente designados como fatores, somente é possível através do desmembramento da personalidade nos seus vários aspectos observáveis isoladamente. Este procedimento, entretanto, tem sofrido fortes críticas dos profissionais da área do comportamento humano, sob o argumento de que é impossível conhecer-se algo que só tem sentido atuando como um conjunto. De fato, a pessoa humana é um conjunto íntegro, no qual seus vários componentes interagem e se interrelacionam, produzindo, desta forma, o comportamento da pessoa. Portanto, qualquer tentativa de estudo da motivação desse comportamento só terá sentido se for mantida a visão global, holística, da pessoa.

É preciso se ter certeza da qualidade ético–científica do instrumento que se está utilizando, ou seja, deve-se confirmar sua fidedignidade e sua validade para o fim a que se destina, é necessário também assegurar-se que as pessoas que se utilizam desses instrumentos estejam, ética e profissionalmente, adequadamente preparadas.

As várias técnicas psicológicas de avaliação da pessoa – quer sob aspectos de suas habilidades, dos seus conhecimentos, interesses ou mesmo dos traços de sua personalidade – são utilizadas primordialmente para seleção, com o propósito de se alocar, da forma mais adequada possível, a pessoa à função a que melhor se ajusta. O seu objetivo final, entretanto, embora nem sempre explícito, deveria ser o do desenvolvimento da pessoa. Esta argumentação se fundamenta no fato de que o desenvolvimento da organização é uma questão de sobrevivência e isto não poderá ocorrer sem que haja o desenvolvimento das pessoas que compõem a organização.

É imprescindível, pois, que se forneça ao avaliado adequado “feedback” ou “devolução”, sobre seus pontos fortes e, principalmente, sobre seus aspectos a serem desenvolvidos, para que, junto com seu avaliador, seja elaborado um plano futuro para a sua adaptação à organização, no caso de processo de seleção, e para seu posterior desenvolvimento. Sem que isto ocorra, todo o processo não só perde seu sentido ético como funcional, pois certamente não produzirá os resultados esperados e planejados, como poderá ser fonte de risco de graves problemas para ambas as partes.

Pode-se, pois, concluir que o que realmente dá sentido ao processo de avaliação da pessoa, para que seja efetivamente um elemento do desenvolvimento do pessoal e da organização, é que haja clara percepção, pelo avaliado, dos resultados da avaliação e que, justamente com o seu superior, seja elaborado plano de ação que conduza efetivamente ao desenvolvimento. Este depende da auto–percepção e auto–determinação do avaliado, pois desenvolvimento, na realidade, é auto–desenvolvimento; entretanto é necessário que a pessoa seja auxiliada pelo seu superior, pois essa responsabilidade deve ser compartilhada por ambos.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Preocupe-se mais com sua Consciência do que com sua Reputação

O escorpião (*)

Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez o escorpião o picou

Pela reação da dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou.

Alguém que estava observando aproximou do mestre e disse-lhe:

“- Desculpe-me, mas o senhor é teimoso. Não entende que todas as vezes que tentar tirar o escorpião da água ele irá picá-lo?”

O mestre responde “- A natureza do escorpião é picar e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.”

Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida e continuou:

“-Não mude sua natureza se alguém lhe faz mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam.

Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque a consciência é o que você é e sua reputação é o que os outros pensam que você é. É o que os outros pensam.... É problema deles!"


(*) autor desconhecido

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Imaginemos e vivamos o Novo Mundo


8 de fevereiro de 2012
Por Política se denomina a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. Todas as pessoas nascem e vivem em Estados e, portanto, são naturalmente entes politicos, independentemente de estarem conscientes disto ou não. Outro aspecto importante que esquecemos é que ninguém nasce e sobrevive sozinho, quer em sua infância como no seu estado adulto. De uma forma ou por outra, de qualquer forma, nós sempre dependemos das outras pessoas, quer admitamos ou não somos, independente de nossa vontade, parte de uma só comunidade global. Tudo que é feito por outras pessoas nos afetam, assim como tudo que fazemos afetam os outros, o que nos leva a conclusão que todos nós somos uma célula de um organismo maior.

Sabe-se que o corpo humano é constituído de cerca de cem trilhões de células. Nós nem sequer conseguimos visualizar, imaginar o que sejam cem trilhões de qualquer coisa, pois é algo que escapa a nossa visualização. No entanto sabemos que basta uma só célula julgar-se única e independente e resolver atuar e viver de maneira própria (também chamado de o inicio de um tumor de câncer) e que outras células se multiplicando nessa mesma atitude da célula inicial, levarão o total das demais cem trilhões de células à morte e, por consequência, à morte do organismo humano em que estejam.

Se refletirmos um pouco sobre isto chegaremos à conclusão de que ninguém tem o Direito de se considerar independente e ter sua vida própria, isolado dos outros, pois assim nada mais é do que uma célula cancerígena no organismo social.

Não geramos nossa própria vida, portanto ela não nos pertence. Nossa inteligência nos leva a uma conclusão lógica, embora não saibamos explicar os detalhes, que nada acontece por acaso, assim como ninguém está neste mundo, vivo, por acaso e nem por decisão sua própria. Conclui-se então que temos a obrigação, o dever de nos integrar na vida da nossa comunidade, tendo ciência das consequências de nossos atos.

Educação e amor são condições necessárias para a sobrevivência no nosso organismo social e respeitar o outro e a todos é característica do amor e da educação, portanto temos que ser responsáveis por todos e por tudo. Ser responsável é ter a atitude de dar a resposta adequada que a situação exige.

Não faz sentido e é improdutivo focar no erro dos outros, em vez de procurar saber o que possamos fazer para que o erro seja corrigido. Criticar sem apresentar alternativas de soluções, sem estar na busca de apresentar alternativas de soluções, de uma maneira honesta e comprometida, não nos leva a nada; é como a célula que resolve viver sua própia vida, independente do organismo do qual faz, naturalmente, parte.

O mal não é somente feito por aqueles que buscam só seus interesses próprios, a quaisquer meios, ignorando e desrespeitando a existência dos demais, mas também é feito por aqueles que se omitem, viram os olhos da realidade para não vê-la e não se comprometerem, com responsabilidade maior, pois criam as condições para que os maus possam fazer o mal.

Lembremo-nos do dito antigo de que é fácil quebrar um graveto, mas é impossível se quebrar um feixo de vários gravetos juntos, unidos.

Não permitamos que as circunstancias nos corrompam, pois é com isto que os maus contam e esperam, mas tenhamos confiança em nós, no que temos consciência ser o justo, o adequado e o devido a ser feito. Não sejamos escravos do passado, que já se foi, concentremo-nos no presente e na confiança de que o bem e a verdade sempre vencem e transformam as pessoas, podendo assim criarmos juntos o mundo e a vida que almejamos para nós e nossos entes queridos.

Tenhamos a coragem e determinação de imaginar esse novo mundo, o “A New Earth” (“O Despertar de uma nova Consciência”), de Eckhart Tolle e ele se tornará realidade. Unamo-nos ao ideal de John Lennon, lindamente expressado em sua música “Imagine” e teremos um Novo Mundo.
Elias Penteado Leopoldo Guerra

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Educação

"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo " Paulo Freire

Começar Agora

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim " Chico Xavier

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Fornecer a Resposta

"Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der." Carl G. Jung

Jornada ao Nosso Mundo Interior

A importância de se conhecer nosso mundo interior já era conhecida há muitos séculos. Sócrates, um dos fundadores da Filosofia Ocidental, teria usado a inscrição no templo a Apolo, na cidade de Delfos, Grécia, “Conhece a ti mesmo” como fundamento de sua Filosofia, de seus ensinamentos.

As matérias anteriores, nesta coluna, referiram-se a atenção e a dependência às condições externas, que determinam a situação nas pessoas em geral e desta forma de seus desconfortos, aborrecimentos, mal estar e a sua infelicidade.

Na medida em que tomamos conhecimento disto, podemos transformar esta situação. Para se mudar esta realidade é necessário aceitá-la de maneira ativa, positiva. É preciso que se aja adequadamente de acordo com o que se quer, com o que se busca e assim o desconforto, desajuste desaparece. Portanto a solução está em nosso interior e ninguém pode obtê-la por nós, pois nosso mundo interior somente pode ser acessado por cada um de nós. Assim é preciso que estejamos conscientes disto, neste momento presente, no “aqui e agora”.

Aceitar é uma atitude positiva que significa concordar com a realidade como ela é e não como gostaríamos que ela fosse. Para isto é necessário que tenhamos autopercepção, conhecimento de quem somos, porque estamos aqui, qual é a razão de nossa existência, de nossa vida.

Ocorre que este processo de autoconhecimento não é simples e nem sempre ocorre sem que tenhamos apoio externo, de outrem, que nos facilite a consciência e a compreensão de quem realmente somos.

Há várias correntes de psicoterapia, que significa terapia (cura) de nossa psique (mundo interior). Todas tem em comum que os problemas (a doença) está em nosso interior, portanto, a solução (cura) também está no nosso interior. O que varia muito nas várias técnicas são as maneiras de se dar apoio para que as pessoas encontrem o caminho do seu interior. É fundamental que se viva este momento presente, “o momento é a abertura pela qual o homem passará em seu caminho” (Jacob Levy Moreno).

(em próximas matérias continuaremos sobre este tema)

Elias Penteado Leopoldo Guerra

O Otimismo da Incerteza

Publicado em 8 de novembro de 2008 pelo CommonDreams.org

Por Howard Zinn de um extrato do livro de Paul Rogat “O impossível demora um pouquinho mais”


Neste horroroso mundo no qual esforços para cuidar de pessoas frequentemente se empalidecem em comparação com o que é feito por aqueles que tem poder, como posso conseguir permanecer envolvido e aparentemente feliz? Eu estou totalmente confiante não que o mundo ficará melhor, mas nós não devemos desistir do jogo antes que todas as cartas tenham sido jogadas. A metáfora é deliberada; a vida é um jogo. Não jogar é excluir qualquer oportunidade de ganhar. Jogar, agir, é criar pelo menos uma possibilidade de mudar o mundo. Há uma tendência de se pensar que o que nós vemos no presente momento continuará. Nós esquecemos o quão freqüente nos temos sido surpreendidos grandemente
por uma repentina desintegração de instituições, por extraordinária mudança no pensamento das pessoas, por inesperadas erupções de rebeliões contra a tirania, por um rápido colapso de sistemas de poder que pareciam invencíveis. O que é uma transição súbita da história nos cem anos passados, é também sua completa imprevisibilidade. Isto nos confunde, porque estamos falando exatamente do período quando os seres humanos se tornaram tão engenhosos tecnologicamente que poderiam planejar e predizer o tempo exato em que alguém pousaria na Lua, ou andar pela rua falando com alguém do outro lado da Terra.

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Nenhum cálculo frio do equilíbrio de poder é capaz de intimidar pessoas que estão persuadidas que sua causa é justa. Eu tentei muito me igualar com meus amigos no seu pessimismo sobre o mundo (são apenas meus amigos?), mas eu continuo encontrando pessoas que, apesar de todas as evidências de coisas terríveis acontecendo em toda parte, me dão esperança. Principalmente pessoas jovens, nas quais o futuro depende. Onde quer que eu vá, eu encontro tais pessoas. E alem de um punhado de ativistas, parece existir centenas, milhares mais que estão abertos a idéias não ortodoxas. Mas eles tendem a não conhecer a experiência um dos outros, e então, enquanto eles persistem, eles o fazem com a desesperada paciência de Sisyphus empurrado sem fim aquele bloco enorme de pedra montanha acima. Eu tentei dizer a cada grupo que não estavam sozinhos, e que as mesmas pessoas que estão desanimadas pela ausência de um movimento nacional são elas próprias a prova do potencial para tal movimento. É esta mudança de consciência que me encoraja. Admitindo que o ódio racial e a discriminação sexual ainda existem em nós, guerra e violência ainda envenenam nossa cultura, nós temos um enorme subclasse de pobres, pessoas desesperadas, e há um núcleo social resistente de pessoas que estão contentes com a forma como as coisas são, com medo da mudança. Mas se nós apenas virmos isto, nós perderemos perspectiva histórica, e então será como se tivéssemos nascidos ontem e nós conheceremos somente as estórias deprimentes nos jornais da manhã, nas reportagens da noite da televisão. Pondere a notável transformação, em apenas poucas décadas, na consciência das pessoas sobre racismo, na corajosa presença de mulheres exigindo seu legítimo lugar, no crescente estado de ser consciência do público que gays não são curiosidades, mas sensatos seres humanos, na descrença de longo prazo sobre as intervenções militares a despeito das breves ondas de loucuras militares. É esta mudança de longo prazo que eu penso que nós devemos ver se não queremos perder a esperança. Pessimismo se torna uma profecia auto-realizável; ela se auto reproduz incapacitando nossa vontade de agir.


Mudança revolucionária não acontece como um momento cataclísmico (tome cuidado com esses momentos), mas como uma sucessão de surpresas, movendo em zigzag em direção a uma sociedade mais decente. Nós não temos que nos empenhar em grandes, heróicas ações para participar do processo de mudança. Pequenos atos, quando multiplicados por milhões de pessoas, podem transformar o mundo. Mesmo quando não “ganhamos”, há muito divertimento e realização no fato de termos nos envolvido com outras boas pessoas, em algo que vale a pena. Nós precisamos de esperança. Um otimista não é necessariamente um assobiador displicente, leviano e tolo no nosso momento sombrio. Ser esperançoso em tempos ruins não é apenas tolamente romântico. Está baseado no fato que a história humana não é apenas crueldade, mas também compaixão, sacrifício, coragem, bondade. O que nós escolhermos enfatizar nesta complexa história determinará nossas vidas. Se apenas virmos o pior, isto destrói nossa capacidade de fazer qualquer coisa. Se nós lembrarmos aqueles tempos e lugares – e há tantos – nos quais pessoas se comportaram magnificamente, isto nos dá energia para agir, e, pelo menos, a possibilidade de mandar esta confusa parte do mundo para uma direção diferente. E se nós agirmos, de qualquer pequena forma, nós não teremos que esperar por um grande futuro utópico. O futuro é uma infinita sucessão de presentes e viver agora como acreditamos que seres humanos deveriam viver em desafio a tudo que há de mal em nosso redor, é por si próprio uma vitória maravilhosa.


Adaptado do “O Impossível tomará um pouquinho mais de tempo”, editado por Paul Rogat Loeb. Parte deste ensaio apareceu em “Você Não Pode ser Neutro em um Trem em Movimento e Howard Zinn na História” 
Traduzido por Elias Penteado Leopoldo Guerra

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Não Existe O Mestre, Cada Uma É Mestre De Si Mesmo

Solicitado ao grande filósofo indiano contemporâneo Bhagwan Srhee Rajneesh (conhecido como OSHO) que falasse sobre Mestre, assim Osho se manifestou:

“Aqui eu gostaria de dizer algo, que tenho guardado como um segredo por toda minha vida. Eu nunca quis ser um Mestre para ninguém.

Ser um mestre é uma tarefa muito estranha. Você precisa convencer pessoas sobre o coração utilizando argumentos e razões, racionalidades, filosofia, você tem que usar a mente como uma serva do coração.

O trabalho do mestre é lhe afastar da mente, para que toda sua energia se mova para o coração. Você captou o sentido? A palavra mestre cria a idéia do discípulo, do seguidor. Como pode haver um mestre sem um discípulo, sem um seguidor? Mas no sentido espiritual da palavra, mestre significa domínio de si mesmo. Não tem nenhuma relação com qualquer seguidor; não depende da multidão. Um mestre sozinho é suficiente.
O novo homem de que tenho falado será um mestre de si mesmo.

No Zen, o Mestre não é um mestre de outros, mas um mestre de si mesmo - Cada gesto seu e cada uma de suas palavras, refletem a sua condição de iluminado. Ele não é um professor com uma doutrina para partilhar, nem um mensageiro supernatural conectado diretamente a Deus, mas simplesmente aquele que se tornou um exemplo vivo do mais alto potencial que repousa dentro de cada ser humano. Nos olhos do mestre, eles encontram a própria verdade deles refletida, e no seu silêncio eles encontram com maior facilidade o seu próprio silêncio interior. Juntos, eles criam um campo de força que dá apoio a cada um isoladamente, para que encontre a sua própria luz interior. Esta luz, uma vez encontrada, o discípulo chega a entender que o mestre exterior era apenas um catalizador, um recurso para provocar o despertar do interior."

 (colaboração de Elias Penteado Leopoldo Guerra)

Criando a Própria Felicidade

Por Elias Guerra

“Não mude sua natureza se alguém lhe faz mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam".  Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque a consciência é o que você é e sua reputação é o que os outros pensam que você é. É o que os outros pensam.... É problema deles!”(Bob Marley, 1945-1981)
(da fábula “Escorpião”, em “Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação”, Ubatuba Cobra, 08 de maio de 2011)
Talvez por termos olhos na parte da frente do rosto, a maioria das pessoas olha para o chão a sua frente, para evitar obstáculos e as “coisas” próximas. Poucos são os que buscam com seu olhar o horizonte distante e menos ainda os que ficam a imaginar o que há alem do horizonte. Mas a pequena minoria é constituída por aqueles que levantam seus olhos para o céu em uma noite estrelada, sem nuvens e que se maravilham com o que vêm e se sentem tocados pela imensidão do Universo e pela pequenez que nós somos. São aqueles que sentem que não somos o centro do Universo, mas sim parte integrante dele e assim sentem-se comungados com o Universo.
“O homem vive inconscientemente. Ele vive fazendo muitas coisas porque os outros também fazem, vive seguindo e imitando. Não sabe muito bem por que faz as coisas, nem sequer sabe quem ele é.” Osho, em “Meditações para a Noite” 
Em recente crítica, que compartilhei no “Facebook” com todos, na qual se colocava: “você está reclamando de que?”, enfatizando que as pessoas criticam os políticos por serem corruptos, desonestos, sem ética, por pensarem em tirar vantagem de tudo só para si e para os seus, ignorando os interesses e necessidades da população que os elegeu, mas estas mesmas pessoas que os criticam fazem as mesmas coisas elas próprias, ignorando também as demais pessoas.
Esta é a razão do alerta acima expressado, no sentido de que, antes de criticarmos os outros, que façamos nós mesmos nossa autocrítica e olhemos mais adiante alem do chão que pisamos ou dos obstáculos que queremos evitar (as outras “cosas”, as pessoas, principalmente).
Não é porque muitos, talvez, lamentavelmente, a maioria, seja desonesta e corrupta, nós devemos também seguir-lhes o exemplo.

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Rui Barbosa - 1914)

Este é um fantástico alerta para que não desanimemos e não nos tornemos iguais aos que criticamos.

“Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você, então levante a bunda daí e corra atrás do seu sonho, porque o carteiro não vai chegar dizendo: "Aqui o sonho que você encomendou”” autor desconhecido

Esteja, entretanto alerta, pois, “Quem aceita o mal sem protestar, coopera realmente com ele”
Martin Luther King