Você pode viajar de carro por uma estrada, em uma noite muito escura, sem luar, de Porto Alegre a Belém, tendo visão adiante da estrada de somente cerca de cinqüenta metros, que o alcance médio dos faróis de um carro. É só o que você consegue ver da estrada sob a luz dos faróis de seu carro, é o que você consegue perceber, ter consciência, e, no entanto, é o suficiente, pois deste modo você pode percorrer os quase quatro mil quilômetros de estrada que separam as duas cidades, viajando à noite, em escuridão total, sem saber, em determinado momento, o que há mais adiante.
É assim também o que ocorre em nossa vida , só se pode perceber e ter consciência o que está ocorrendo no momento presente O passado já se foi, tornou-se história, lembrança, não existe mais e o futuro é somente uma expectativa, um desejo, algo que se quer alcançar mas que ainda não existe!
Na vida prática, no dia a dia de nossa existência, deixamos de ter a mesma confiança e aceitação no que podemos perceber e ter conhecimento, como temos na estrada em viagem de Porto Alegre e Belém, na escuridão da noite, sob a luz de nosso carro. Nesta situação não podemos saber o que acontecerá, o que haverá na estrada, mas saímos e viajamos confiantes e , estando alerta e atentos, com atenção em cada trecho da estrada que estamos percorrendo, chegamos tranquilamente ao nosso destino que determinados.
Por que não adotamos esta mesma atitude no cotidiano de nossa vida, tendo esta confiança no momento presente, no aqui e agora, que é a única realidade que existe de verdade? O passado já não existe mais, o futuro ainda nem começou a existir – é só uma expectativa, um anseio, um desejo, mas que não podemos viver no agora.
Elias Penteado Leopoldo Guerra
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