- “No começo foi a existência. Mas a existência sem alguém ou algo que exista não tem sentido. No começo foi a palavra, a ideia – mas o ato foi anterior. No começo foi o ato, mas o ato não é possível sem o agente, sem um objeto em direção ao qual se dirija e sem um tu a quem encontrar” (Jacob Levy Moreno” – criador do Psicodrama)
A inteligência humana não consegue imaginar que
possa existir alguma coisa que não tenha sua causa, portanto se conclui quem
tudo tem uma causa, embora nem sempre seja aparente ou fácil de perceber, o que
não significa, entretanto, que não exista; assim a nossa vida tem que ter uma
causa, embora a maioria das pessoas não pense nisto e não tenha conhecimento
dela e, desta forma, ignora a razão de sua existência,.
O conhecimento é poder, pois só podemos ter
qualquer ação como consequência do conhecimento do que somos e por que somos. O
conhecimento vai além e não se confunde com a informação; é o saber as
consequências e a repercussão das nossas ações, proporcionando assim uma visão
mais ampla de si próprio e da Existência. Isto significa libertação de nossas
limitações, ampliando as alternativas de ação, permitindo que se tenha uma
finalidade para vida e possibilite encontrar nosso caminho.
O encontro é o caminho; encontrar o outro é
encontrar a si próprio, conhecer-se, encontrar a Existência, a Vida, o Universo
e a sua razão de ser e assim saber existir, estar aqui e agora, o que
possibilita encontrar paz, serenidade, tranquilidade.
O encontro é o propósito do Psicodrama, que é o
diálogo ao vivo. Diálogo origina-se na língua grega, significando “dis” (grego)
= em dois; di(a) (grego) = através, logos (grego) = o princípio da
inteligibilidade, razão), ou seja, a troca mútua de conhecimentos, razões. O
núcleo do Psicodrama é, pois, o encontro, que foi assim expresso por Fonseca
Souza Filho em seu livro “Psicodrama da Loucura” página 132 : “... Na verdade o
EU sozinho é uma abstração. O EU só existe, realmente, na medida em que
encontra um TU. O EU só conhece e vive o seu mundo quando consegue interatuar
com um TU real.”, ou seja, o encontro é produto da reciprocidade e por esta
razão o melhor terapeuta é o próprio cliente.
No Universo tudo é energia e a energia busca
relações. Se o Universo é concebido como uma relação de todos os seus
elementos, então a posição da pessoa humana está também nessa rede de relação
cósmica.
“Encontro significa estar junto, encontrar-se, dois
corpos tocarem-se, ver e observar. Apalpar, sentir, compartir e amar, comunicação
mútua, conhecimento intuitivo mediante o silêncio ou o movimento, a palavra ou
o gesto, o beijo ou o abraço, unificar-se, uma com um” (Jacob Levy Moreno).
Somos todos iguais na essência humana, que é única,
somos diferentes só na forma, portanto ser diferente é normal. Somos na
realidade células de um imenso organismo, o Universo, portanto aceitar as
diferenças, respeitando-se a essência comum, é o caminho para encontrar o outro
e assim nos encontrarmos e através deste encontro nos sintonizarmos e nos
ligarmos à Existência. Desta forma estaremos criando uma corrente do bem, uma
metátese do bem, para a cura do organismo total, que resulta no bem de todos.
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