sábado, 28 de janeiro de 2012

O Encontro

Texto: Elias Penteado Leopoldo Guerra

“Um encontro de dois: olho no olho, cara a cara. E, quando estiveres perto, arrancarei teus olhos e os colocarei no lugar dos meus e tu arrancarás meus olhos e os colocarás no lugar dos teus, então eu te olharei com teus olhos e tu me olharás com os meus. Assim até a coisa comum serve ao silêncio e nosso encontro é a meta sem cadeias: “O lugar indeterminado, em um momento indeterminado, a palavra indeterminada ao homem indeterminado” (Jacob Levy Moreno)
 
Encontro é o mais intenso nível de comunicação; é a realização própria através do outro; a identidade, a experiência rara e inesquecível da reciprocidade total.

A técnica psicoterapêutica do Psicodrama é diálogo vivo, que busca, no momento atual, o encontro, onde importa mais é o presente, a vivência do momento atual é um convite a uma comunicação humana transformadora, é a tentativa de desintelectualizar o ser humano para um contato mais verdadeiro, mais emocional, mais pessoal – ou seja, o encontro.

O Psicodrama surgiu do jogo, como fenômeno ligado à espontaneidade e à criatividade, princípio da auto-cura. O jogo se manifesta através da dramatização, que é o encontro propriamente dito do terapeuta com o cliente e o encontro do cliente consigo mesmo. .

O Psicodrama, representado na forma dramática e espontânea do encontro, é o método que busca a verdade mediante a ação.

O encontro é extemporâneo, está ou vem de fora do tempo próprio, não é próprio do tempo em que se faz ou se sucede. O encontro não é estruturado, não é planejado, é sem ensaios – produz-se no momento, no “aqui e agora”.

O encontro é indeterminado, é produto da espontaneidade, que é o catalisador e gera a criatividade, que possibilita a criação de nova maneira de se ver a si próprio e a sua situação, permitindo outra forma de agir e de ser”..” A espontaneidade é a resposta adequada a uma situação nova ou uma resposta nova a uma situação antiga “(J L Moreno).

A espontaneidade é o catalisador da criatividade, que é a alma de todos os seres orgânicos, para que possam sobreviver e é um fator geral do Universo na existência de todas as coisas vivas.

A espontaneidade gera a criatividade, que é o fundamento da auto-percepção, portanto, da auto-cura.

O Psicodrama representa uma forma dramática e espontânea do encontro – método que busca a verdade através da ação.

“Encontro significa estar junto, encontrar-se, dois corpos tocarem-se, ver e observar, apalpar, sentir, compartir e amar, comunicação mútua, conhecimento intuitivo mediante o silêncio ou movimento, a palavra ou o gesto, o beijo ou o abraço, unificar-se, uma em um.” (Jacob Levy Moreno)
 
Bibiografia;
“Psicodrama da Loucura”, José Fonsseca Filho,Ed.Ágora, 1980
“Psicoteapia Psicodramática”, Dalmiro Manuel Bustos, Ed. Brasiliense,1979

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Filosofia Do Diálogo Eu-Tú

Texto: Elias Penteado Leopoldo Guerra

Nos raros momentos em que a autenticidade profunda de um vai ao encontro da autenticidade profunda do outro, ocorre a memorável "relação Eu-Tu” a que se referia Martin Buber, o filósofo existencialista. Esse mútuo encontro, profundo e pessoal, não acontece muitas vezes, mas pode-se estar convencido de que, se não acontece, não somos seres humanos.

O fundamental é, pois, estar consciente, perceber o outro, mas, mais do que isto, é aceitar todas as potencialidades do outro; se elas são aceitas num processo de transformação, neste caso pode-se confirmar ou tornar reais as potencialidades do outro.

Todos tem potencialidades que permitem se desenvolver e evoluir. No encontro, a verdadeira relação pessoal, recíproca e autêntica, pode tornar realidade as potencialidades do outro e, reciprocamente, tornar efetivas minhas próprias potencialidades. Assim o aluno “ensina” o professor.

Embora se refiram a ocorrências do passado, o foco é a vivência, a experiência real do relacionamento atual, no “aqui e agora”. Não fiquemos, pois, presos ao passado, pois diante de nós está sempre ocorrendo uma nova experiência que envolve outro ser humano. Portanto deve se estar sempre atento, em estado de consciência, aceitando a realidade, percebendo as coisas e pessoas como elas são e não como gostariamos que fossem.

Realiza-se no contato com o Tu, torna-se Eu dizendo Tu, isto é o encontro. No começo dos tempos o que existia era a relação entre seres humanos. Com toda a seriedade da verdade pode se afirmar que o ser humano não pode viver sem o “Isso”, isto é, as coisas, mas quem vive somente com o “Isso,” não é um ser humano.
“Nenhum líder vai nos dar paz, nenhum governo, nenhum exército, nenhum país. O que nos vai dar paz é a transformação interior que nos conduzirá à ação exterior. A transformação interior não é isolamento, desistência da ação exterior. Ao contrário, só pode haver a ação correta quando há o pensamento correto e não existe pensamento correto quando não existe autoconhecimento. Sem conhecer a si mesmo, não existe paz.” (Krishnamurti)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Psicodrama

O Psicodrama, criado por Jacob Levy Moreno, é uma psicoterapia sem “terapeuta” – a própria pessoa é o “auto-terapeutra”, fundamentado no relacionamento das pessoas e no “encontro”, que permite, através da espontaneidade e da liberdade, a pessoa encontrar a si mesma e criar novas formas de ser e de agir e assim encontrar sua própria cura

O Psicodrama de baseia na representação dramática fundamentada no teatro – é o teatro da realidade de cada um – sem script, sem papel pré-definido.

Os papeis surgem no aqui e agora, trabalhando-se não no passado, mas sim no presente, não se fala, não se intelectualiza o passado, mas se revive, espontaneamente, o passado no momento presente, pois, segundo Moreno, a segunda vivência libera a primeira.

Não há terapeuta no sentido convencional, não há análise, interpretações, explicações, diagnósticos ou prognósticos – mas há um “diretor de campo” que facilita a ação. O “diretor de campo” é diferente do diretor de teatro, porque interage, se relaciona pessoalmente e participa da ação, buscando o “encontro” entre “diretor de campo” e cliente, que propiciará o encontro da pessoa consigo mesma.

A proposta é o encontro da pessoa com seu interior através de vivenciar, no cenário psicodramático, situações de seu passado e encontrar as situações de conflito que originam seu desconforto interior. Estas ao serem representadas no presente, liberam a pessoa do seu passado. Assim a própria pessoa é que identifica a sua solução dentro de si mesma e para si mesma.

O “diretor de campo” não faz análise, interpretações nem responde a perguntas, somente facilita o processo da procura da pessoa por ela mesma no seu interior. Conhecendo as origens de seus conflitos, a pessoa mesma se liberta deles.

O processo é, portanto, que a ação substitua o falar, o intelectualizar, permitindo que a pessoa vivencie e sinta, no momento presente, através da representação, seu mundo interior e assim se encontre...

Não se fala sobre psicodrama – se atua, se representa, no aqui e agora o seu interior.  Ao representar um papel, a pessoa atua com toda a sua personalidade, com todo seu ser, permitindo assim que se conheça e re-estabeleça seu equilíbrio interior.

Para vivermos temos que inalar oxigênio, ingerimos alimentos e água, ou seja, interagimos e dependemos do meio ambiente e, portanto, não vivemos sem ele.  Na realidade estamos integrados ao meio ambiente, do qual somos também parte. Somos unos com o meio ambiente e é isto que significa Universo. Nossas primeiras interações são com a família, com a mãe, pai e demais pessoas que compõem nosso grupo social e com as condições da Natureza, com os quais aprendemos a conviver. Deste relacionamento pode ocorrer, entretanto, desequilíbrios entre o que necessitamos e desejamos e o que efetivamente obtemos, surgindo assim uma situação de desconforto que, não podendo no momento resolver, reprimimos para nosso mundo interior.

O propósito do Psicodrama é resgatar essas relações para revivê-las em uma segunda vez no momento presente e, desta forma, resgatar e liberar esse desconforto reprimido. O importante é o momento presente – a vivência no aqui e agora, que permite a comunicação entre a pessoa e aquilo que ela transformou em uma repressão, tornando-a uma atitude ativa através da atuação dramática em um ambiente controlado com o apoio do “diretor de campo”.

Um dos fundamentos da ação psicodramática é a espontaneidade, pois sem normas ou critérios prévios, a pessoa pode atuar com liberdade e segurança, permitindo o encontro do Eu. O Eu não pode encontrar-se por si mesmo, só poderá encontrar-se através de um outro, o Tu. É o encontro da pessoa com seu semelhante, de tal modo que o Eu passa ser Tu e o Tu se transforma em Eu. Este é o princípio da auto-cura.

O Psicodrama é um método pelo qual se busca a verdade através da ação. A espontaneidade, condição para a ação eficaz, é a capacidade de dar uma resposta inteligente, uma reação adequada a uma situação nova e inesperada. É desta forma que surge a ato da criação de uma forma alternativa de ser, de agir, que produza os resultados satisfatórios buscados. A essência da vida humana é ser criadora, criar novas alternativas e formas de viver.

A fonte da espontaneidade se libera em contato com a espontaneidade de outro, no caso do Psicodrama do “diretor de campo”. Segundo Moreno, a espontaneidade pode ser comparada a uma lâmpada, a qual, quando acesa, permite a visão do ambiente e da disposição das coisas; quando apagada ou quando não está acesa, as coisas permanecem no mesmo lugar, mas a pessoa não as vê.

A não liberação da espontaneidade na vida moderna inibe a criatividade e, assim, a criação de soluções, novas formas de se relacionar com outros e com a Vida. A criança ao nascer passa, de um estado de dependência, no qual recebia passivamente aquilo que necessitava, para um estado no qual tem que conquistar a sua sobrevivência, mas a cultura humana inibe a espontaneidade e, portanto, a criatividade.

O Psicodrama se propõe a despertar e desinibir a espontaneidade, que permitirá a criatividade encontrar a resposta adequada a uma nova solução, ou seja, aquilo que a pessoa necessita para sua vida plena.

 Na ação psicodramática existe um relacionamento, entre o terapeuta “diretor de campo” e o cliente, com mutualidade, reciprocidade e igualdade que permite existência da catarse de integração, que é a liberação da espontaneidade e da consequente criatividade, permitindo o acontecimento do “encontro” e à pessoa ver e criar uma nova forma de se realizar.

A relação Eu-Tu, que ocorre na psicodramatização, entre terapeuta “diretor de campo” e cliente, permite a este se avaliar partir de seus próprios relacionamentos pessoais e realizações, ocorrendo a “auto-cura” através desse relacionamento.

A filosofia que fundamenta o Psicodrama é que não há possibilidade de existir a pessoa sozinha - a pessoa só existe em relação à outra - a pessoa só se torna pessoa quando se relaciona, quando há diálogo.

(ref- “Psicodrama da Loucura”, José Fonseca Filho, Ed.Ágora)

A Relação Eu-Tú

Texto: Elias Penteado Leopoldo Guerra

Para que o encontro seja um intenso processo de comunicação, tornando-se a oportunidade de realização própria através do outro, é fundamental que haja, de ambas as partes, espontaneidade e autenticidade e assim a capacidade de aceitar a autenticidade do outro, mesmo que seja diversa da sua.própria, isto é, aceitar todas as potencialidades do outro e assim reconhecer a pessoa que o outro teria a capacidade de se tornar por sua criação. É a oportunidade de perceber o outro como uma pessoa com capacidade de um desenvolvimento interior criativo; isto ocorre porque se atua no momento presente, no aqui e no agora, pois a essência da relação é objeto do passado mas é vinvenciada no presente.

Esta relação Eu-Tú é a terapia vivencial, relacional, que ocorre no presente e não se foca no passado, que já não mais existe. É uma terapia direta e presencial criada pelo autêntico relacionamento, no qual se respeita mutuamente como cada um realmente é não como julgamos ou gostaríamos que fosse.

O processo terapêutico ocorre então no aqui e agora através de um relacionamento vivencial entre terapeuta e cliente, sendo o papel do terapeuta facilitar o processo, enquanto se relaciona pessoalmente e simultâneamente. Esta é a relação Eu-Tú, uma relação de reciprocidade, de experienciação mútua um do outro, ou seja, um mútuo aprendizado de viver.

O trabalho do terapeuta, como facilitador do processo, tem a responsabilidade de criar um clima envolvente e propício para o crescimento do cliente e, por consequência, do seu próprio crescimento.

O encontro só existe se há sentimento de respeito autêntico e mútuo entre o Eu e o Tú; não é algo que exista no Eu tendo como objeto o Tú, mas é algo que existe entre ambos, pelo qual cada um assume a responsabilidade pelo outro, com aceitação total, independentemente de quem sejam; o que as duas pessoas sejam não tem significado algum, o que importa é a essência da pessoa, que as torna iguais e é por esta razão que existe a reciprocidade.

O respeito é que torna a relação autêntica e por esta razão é fundamental se ver a totalidade da pessoa, sua essência, seja qual for sua natureza; portanto a condição básica do encontro é a aceitação integral de sí e do outro.

A pessoa (Eu) só se torna plena e integral quando em relação com a outra pessoa (Tú).

domingo, 22 de janeiro de 2012

O Mal

"O mal (a ignorância, a não percepção, a não sabedoria) é como a sombra, não existe por si mesmo, trata-se de apenas uma consequência da falta de luz; para fazê-la desaparecer basta ilumina-la " Shakti Gwain

Nós Mesmos Nos Criamos

"o que somos ou como estamos é o resultado do que, conscientemente ou inconscientemente, nós próprios criamos..." Elias Penteado Leopoldo Guerra

Há Certas Coisas Que Têm De Acontecer De Dentro Para Fora

“Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar o broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que têm de acontecer de dentro para fora.” Rubem Alves

DEUS SEGUNDO SPINOZA

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.

Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que
Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste...

Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.

Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?

Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?

Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti."

Baruch Spinoza.
(24/11/ 1632, Amsterdã — 21/2/1677, Haia. Foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.
 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Poucos Tem Consciência de Sua Razão de Existir

Vivemos novamente uma época na qual grande parte da população perdeu a atenção com o que ocorre na sociedade em que vive, e, portanto, perdeu seu senso crítico. Como conseqüência, perdeu também a noção de seu papel, da sua razão de existir, de suas responsabilidades com a sociedade, com o próximo.

Atualmente se trata só de se cuidar, de buscar satisfação de suas necessidade individuais, ignorando que somos todos células de um organismo maior, sem o qual não vivemos, não existimos. Entretanto, nota-se que o quadro não é totalmente negro e negativo, pois há muitas pessoas conscientes de sua razão de viver, de suas responsabilidades para com toda a sociedade, que estão lutando, trabalhando para a conscientização das pessoas para o motivo de estar aqui, sua razão de existir, sua missão nesta jornada, pois o que é importante é a jornada não o destino que buscamos, ou seja, é vivermos coerentemente com nossa verdadeira natureza para nos integrarmos em tudo mais que existe.

Elias Penteado Leopoldo Guerra

domingo, 15 de janeiro de 2012

Albert Einstein O Ser Humano e o Universo

”O ser humano é uma parte do todo que chamamos de universo, uma parte limitada no tempo e espaço. Ele experimenta a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto — uma espécie de ilusão de óptica do consciente. Essa ilusão é uma prisão que nos limita aos nossos desejos pessoais e à afeição apenas para com as poucas pessoas que estão próximas. Nossa tarefa deve ser a de nos libertar dessa prisão, ampliando nosso círculo de compaixão para abraçar todos os seres vivos e toda natureza.”
Albert Einstein

As palavras do pai (Jacob Levy Moreno)

Se alguém vem a ti e pergunta
Qual é o teu nome
Olha profundamente dentro de tua alma
E diga com voz firme:
Não há nenhum nome em minha alma
E se alguém se aproxima de você
E pergunta
De que raça tu provéns                  
Olha profundamente dentro de tua alma
E diga com voz forte:
Não há raça nenhuma em minha alma
E se alguém se aproxima de ti
E pergunta
A que credo pertences
Olha então profundamente dentro de tua alma
E logo diga com voz forte:
Não existe credo algum em minha alma
Em minha alma
Habita o Pai
Somente Ele vive ali
Dentro de minha                          
Não há nome algum
Nem raça alguma
Nem nenhum credo
Dentro de minha alma
Vive o Pai
Somente Ele vive ali
O Pai e eu Seu filho
Vivemos dentro de minha alma

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Quando me amei de verdade - Charles Chaplin

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa,  no momento exato.
E, então,pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome...
Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é...
Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de...
Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar  aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é...
Respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável ... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude  de egoísmo.
Hoje sei que se chama...
Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é...
Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e,  com isso,  errei muito menos vezes.
Hoje descobri a...
Humildade

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é...
Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo .... isso é
SABER VIVER!
“Não devemos ter medo dos confrontos..
Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.”

 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Eu Tú

"Nós" não existe, mas é composto de Eu e Tu; é uma fronteria sempre móvel onde duas pessoas se encontram. E quando há encontro, então eu me trasnformo e você tambem se transforma"

(Fritz Perls)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Nós somos o mundo – Michael Jackson

Chegou um tempo
Quando nós dirigimos um certo chamado
Quando o mundo deve se unir como um
Há pessoas morrendo
E é tempo de dar uma mão à vida
O maior presente de todos

Nós não podemos continuar
Fingindo dia após dia
Que alguém, em algum lugar virá para fazer uma mudança
Todos nós somos parte da
Enorme família de Deus
E a verdade é você sabe que amor é tudo que nós precisamos

(coro)
Nós somos o mundo
Nós somos as crianças
Nós somos aqueles que fazem um dia mais brilhante
Então vamos começar da dar
Há uma escolha que nós estamos fazendo
Nós estamos salvando nossas próprias vidas
É verdade que nós faremos um dia melhor
Somente você e eu

Mandem-me seus corações
Assim eles saberão que alguém se preocupa
E a vida deles será mais forte e livre
Como Deus nos mostrou transformando pedra em pão
Então todos nós devemos dar uma mão de ajuda

(coro)
Nós somos o mundo
Nós somos as crianças
Nós somos aqueles que fazem um dia mais brilhante
Então vamos começar da dar
Há uma escolha que nós estamos fazendo
Nós estamos salvando nossas próprias vidas
É verdade que nós faremos um dia melhor
Somente você e eu

Quando você estiver para baixo e fora
Parece não haver absolutamente nenhuma esperança
Mas se você simplesmente acreditar
Bem, bem, bem, bem, vamos realizar
Esta mudança somente virá
Quando nós estivermos juntos como um

(coro)
Nós somos o mundo
Nós somos as crianças
Nós somos aqueles que fazem um dia mais brilhante
Então vamos começar da dar
Há uma escolha que nós estamos fazendo
Nós estamos salvando nossas próprias vidas
É verdade que nós faremos um dia melhor
Somente você e eu

Afinidade

Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois.

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
 
E o mais independente também.
 
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades
 
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
 
Ter afinidade é muito raro
 
Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar
 
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
 
É ficar conversando sem trocar palavras, é receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento
 
Não é sentir nem sentir contra... Nem sentir para... Nem sentir por... Nem sentir pelo... Afinidade é sentir com
 
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo
 
É olhar e perceber...
 
É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
 
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
 
É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas.
 
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação
 
Porque tempo e separação nunca existiram, foram apenas oportunidades dadas pela vida.
 
Artur da Távola
Música: Reach out - Steph Carse

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Imagine

John Lennon

Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Sem inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o firmamento
Imagine todas as pessoas
Vivendo o presente

Imagine que não existem países
Não é difícil de fazer
Nada pelo que matar ou morrer
E sem religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo em paz

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu desejo que um dia
Você se junte a nós
E o mundo será como um só

Imagine não haver posses ou propriedades
Eu quero saber se você pode
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma fraternidade de pessoas
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo

Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu desejo que um dia
Você se junte a nós
E o mundo será como um só

(tradução de Elias Penteado Leopoldo Guerra)

O Caminho Perfeito - OSHO

" Amor invoca amor e ódio invoca ódio. Tudo aquilo que nós damos retorna para nós. Essa é uma lei eterna. Assim, tudo aquilo que você deseja receber, é aquilo que você deve dar ao mundo. Você não pode receber flores em retribuição a espinhos.

...o amor nos junta e faz com que muitos se tornem um. Corpos físicos estão separados e continuarão separados, mas existe alguma coisa por trás dos corpos que se encontra no amor, que se torna um através do amor....A comunicação só é possível no amor.

...E lembre-se de que somente quando alguém ouve com o coração, e não com a cabeça, é que o ouvir acontece. Você pode me perguntar, 'o coração também ouve?' e eu lhe direi que sempre que o ouvir acontece, é sempre através do coração. A cabeça nunca ouviu qualquer coisa. A cabeça é uma pedra surda. E isso também é verdadeiro quanto ao falar. Somente quando as palavras vêm do coração, elas são cheias de significado. Somente quando as palavras vêm do coração, elas têm a fragrância das flores frescas; se não for assim, elas serão apenas envelhecidas e murchas, elas serão artificiais - flores plásticas.

...Palavras são indicações muito impotentes, mas se ouvidas em paz total da mente e em silêncio, elas se tornam potentes. Isso é o que eu chamo de ouvir com o coração.
Mas, geralmente, mesmo quando ouvimos alguém, nós permanecemos cheios de nossos próprios pensamentos. Esse é o 'falso ouvir'. Então você não é um shravak, um ouvinte. Você está apenas sob a ilusão de que você está ouvindo, mas de fato você não está.

Para 'ouvir corretamente', é necessário que a mente esteja em estado de observação, completamente silenciosa. Quando você está apenas ouvindo e nada mais está fazendo, somente então você será capaz de ouvir e compreender, e essa compreensão se tornará luz e transformação dentro de você.

Se assim não acontecer, então você não está ouvindo a quem quer que seja, mas apenas a si mesmo, você permanece cercado por um tumulto enfurecido dentro de você. E quando você está envolvido dessa maneira nada pode ser comunicado a você. Então você parece estar vendo, mas não está; você parece estar ouvindo, mas não está.

Cristo disse: 'aqueles que têm olhos para ver, que vejam. Aqueles que têm ouvidos para ouvir, que ouçam.' Estava ele dizendo que as pessoas não tinham olhos nem ouvidos? É claro que elas tinham olhos e ouvidos, mas a mera presença de olhos e ouvidos, não é suficiente para ver e ouvir. Algo mais é necessário e sem isso a existência ou não existência de olhos e ouvidos dá no mesmo. Aquele algo mais é o silêncio interior e a consciência observadora. Somente quando essas qualidades estão presentes é que as portas da mente se abrem e algo pode ser dito e ouvido...

...Quando a esperança é acompanhada por determinação e empenho, ela certamente se realiza".
OSHO - O caminho perfeito.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Psicodrama Bipessoal

O Psicodrama é uma filosofia e técnica psicoterapêutica centrada na pessoa do cliente, que é quem promove a sua autocura. Na realidade não se trata de relação terapeuta e paciente, pois paciente é aquele que sofre a intervenção do médico, do dentista ou qualquer outro agente da saúde, aquele que sofre passivamente a ação desse profissional, sem crítica ou qualquer participação.

Isto não ocorre nesta relação terapeutica, pois o terapeuta é um facilitador, um diretor de cena e o cliente, que é o outro participante da relação entre ambos, representando suas vivências mais significativas, poderá ter uma nova percepção delas. Trata-se, portanto de uma terapia não diretiva, cujo objetivo é promover que o cliente se encontre, se reconheça e assim reformule sua relação com as pessoas e o meio ambiente, mediante intervenções adequadas.

Por se tratar de uma terapia não diretiva, a pessoa cresce desta forma na interação, na relação com o facilitador, o que lhe possibilita adquirir novas formas de interagir com a realidade social, adquirindo comportamentos que lhe permitam seu ajustamento a essa realidade, pois seu objetivo é promover que a pessoa tenha uma nova percepção de si própria e asim obtenha conhecimentos que serão recursos que lhe dêm possibilidade de enfrentar sozinha as situações e circunstâncias que lhe geraram os seus conflitos interiores.

O propósito do Psicodrama Bipessoal é tornar o cliente capaz de tomar por si próprio as atitudes adequadas à realidade, solucionando desta forma seus conflitos interiores, adquirindo capacidade de confrontar com as situações que lhe ocorrerem, com a capacidade de tomar a ação apropriada.

O Psicodrama Bipessoal é, portanto, a adequação do Psicodrama grupal à situação na qual terapeuta e cliente se relacionam a dois, aplicando-se a filosofia, fundamentos e técnicas do Psicodrama criado por Jacob Levy Moreno. Trata-se de uma especialização da psicoterapia, ajustando-a a nossa realidade social e as condições que melhor se adequem ao cliente.

Considerando a realidade em nossa comunidade, acredito que o Psicodrama Bipessoal seja mais uma alternativa psicoterapêutica, aliada as demais que existem.

Texto: Elias Penteado Leopoldo Guerra – Psicólogo – CRP-06/17226